Uma missão interrogada pela mundialização
Vivemos em meios populares, em proximidade com o mundo dos
desenraizados, dos imigrantes, dos emigrantes, os que procuram
emprego para viver. Todos nós estamos em circuitos mundiais de
trocas económicas, políticas, culturais e religiosas. Isto modifica
as nossas relações com o espaço, a nossa relação com o tempo, com o
trabalho e modifica a nossa forma de comunicar.
Proximidade, acolhimento do outro, construir um viver em conjunto
Uma
verdadeira fraternidade passa pelo respeito do homem em todas as
suas dimensões: humanas, espirituais e de Filhos de Deus… tecendo
juntos culturas múltiplas, nós construímos uma identidade nova.
“Virar do avesso”
No
encontro com os outros, diferentes, feridos pela vida, somos
chamadas a viver, a olhar o interior, como fez Jesus no seu encontro
com a mulher siro-fenícia.
(Mc 7,24,30)
Este
“virar do avesso”, olhar o íntimo do outro, são as Bem Aventuranças…
o “Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste
estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos
pequeninos.”
(Mt 11,25)
À maneira de Jean Émile Anizan, somos chamadas a viver mais
intensamente a proximidade :
“O pensamento das multidões perdidas preenche-me e persegue-me”
(retiro de Março de 1914).
“O meu coração pertence a Deus e aos abandonados, aos desfavorecidos
deste mundo, pertence a todos os que lhe falta apoio, afeição,
consolação e facilidades da salvação que Deus lhes preparou… Ah como
eu queria ter conhecido todos para os amar.”
(Testamento Espiritual 28 de Janeiro 1915)
Deus continua a permitir que vivamos o Mistério Pascal. Somos
chamadas a colocar-nos em movimento com os outros nas sendas
portadoras de Esperança, encontrando formas de traçar o caminho.
Face à incerteza, ao desencorajamento, ao sofrimento, à violência,
ter referências para viver, permite oferecer um caminho de
resistência a tudo o que esmaga o Homem.
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