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Actores de um mundo possível

"O que me surpreende, diz Deus, é a Esperança

Deixa-Me extremamente maravilhado.

Esta pequena esperança, que parece uma coisa de nada.

Esta jovem filha Esperança.

A imortal."

Que eles vejam - minhas pobres crianças – como tudo isso se passa hoje que eles acreditem que amanhã será melhor. Isto é surpreendente e é efectivamente a maior maravilha da nossa graça. ”

(Charles Péguy)

“Ainda hoje 15 de Outubro de 2006 aquilo surpreende-me! A ver tantas mãos para a amizade, para o serviço, para a luta e a revolta, para a fraternidade e a convivialidade, a oração e a adoração.”

Denunciar o que acorrenta

Passagem de um continente ao outro

De uma cultura à outra

De um modo de vida ao outro

De uma vitalidade de uma Igreja a uma outra

Quem diz “passagem” diz caminho estreito, cheio de areia ou de pedras

Mas diz também possibilidades de relações, de comunicações, de um vai-e-vem acolhendo os contrastes, os paradoxos, as revoltas e as semelhanças…

O nosso coração fica revoltado frente a:

·         Uma distância demasiado grande entre as possibilidades existentes aqui e as que faltam lá

·         A uma sociedade de consumo em excesso

·         Uma sociedade que obriga a lançar ao caixote do lixo o excesso de alimento das colectividades, receando de maneira excessiva os riscos de vírus e de doenças, mas que deixa morrer de fome e de frio nas ruas, outra parte da sua população

·         Sociedade que cria hotéis super luxuosos para animais e não pode educar as suas crianças

·         Sociedade que é incapaz de reconhecer “os seus velhos” na total solidão…

O imigrante tem o seu lugar (melodia do canto “le poinçonneur des lilas”)

Casas para hoje! Sou uma Assistente Social do bairro

Aquela com quem cruzamos e que não olhamos

O meu trabalho é a miséria… uma anedota engraçada

Todas as manhãs, desembarcam pessoas nos nossos serviços

É um suplício…

Foram despejados na rua… Parece que tenho sob as minhas mãos as soluções

Sim mas, eis que nestes labirintos, eu patino…

Não há nenhum lugar nos lares, nem no 115, tudo está saturado, cheio!

Alojamentos, alojamentos, e mais alojamentos!

Alojamentos, alojamentos sempre alojamentos!

É o sinal de alarme! É isto que reclamam!

Alojamentos, alojamentos, e mais alojamentos

Alojamentos, alojamentos, sempre alojamentos

Alojamentos já é tempo, alojamentos para agora!  

Auxiliadoras da Caridade

Disse proximidade?

Senhor, é a Tua cruz que este pequeno povo do nosso bairro vive dia-a-dia:

V  Quando no tempo das chuvas, as águas sujas da rua entram nos jardins e por vezes nas próprias casas

V  Quando dia a dia é necessário lutar para comer e viver, e que alguns dias, não há nada

V  Quando não se pode mais pagar o aluguer da casa e que o proprietário ameaça expulsar

V  Quando a SIDA, a violência matam os jovens ou os tornam inválidos, ou quando uma mãe morre após o nascimento do seu segundo filho

V  Quando as mulheres, as suas filhas não podem sair de casa sem serem supervisionadas por um membro da família

V  Quando os jovens procuram fugir para os EUA em vão e são rejeitados nas fronteiras após ter vivido o inferno

V  Quando as avós criam sozinhas os seus netos.

Teresa de Jesus, tu que diante de Cristo ferido,

Experimentaste uma profunda dor e compaixão.

Que eu possa sentir também em mim, compaixão

Sempre que encontre Cristo que sofre, em cada momento da minha vida.

Auxiliadoras da Caridade

Na alfabetização com a associação “Mulheres na cidade” para a promoção da mulher. Para algumas mulheres é vital aprender a ler e a escrever em francês, porque estão à procura de emprego; para outras é uma forma de serem valorizadas na sociedade, no seu meio, de serem reconhecidas, mesmo se têm dificuldades na aprendizagem. Estar com outras mulheres, de condição modesta, estar num lugar de convívio, de troca de ideias e de diálogo: tudo isto dá sentido à vida.

Auxiliadoras da Caridade

Casas de repouso

A nossa situação “em Lares Alojamentos” “coloca-nos na massa”, como os outros residentes. É um pouco como o que vivemos quando tivemos um trabalho assalariado. Hoje é uma adaptação à realidade de um envelhecimento, na continuação do que vivemos no mundo dos trabalhadores. “É a passagem do exílio ao êxodo”, diz uma de nós, “esta passagem transformou a minha fé; fui “esvaziada” das minhas responsabilidades, do meu ofício, e fui enviada pela congregação para uma missão: estar no meio de um povo para aí, testemunhar a caridade. É o fruto de um despojamento, para uma completa disponibilidade para escutar os idosos que me cercam; tudo isto para as ajudar a descobrir o positivo das suas vidas que, frequentemente foi muito difícil, e talvez, chegarmos à fé.”

Auxiliadoras da Caridade

Nos lares

“No lar de Cachan, procuramos ser uma presença: presença amiga, disponíveis, uma presença que escuta, que testemunha, uma presença da “visitação” e ter presente na nossa oração, todas estas mulheres que sofrem…”

Auxiliadoras da Caridade

Honduras

“Na colónia, no bairro, onde estamos, não faltam problemas, em especial a segurança, a degradação de um barranco perto das nossas casas. Vivemos sob a ameaça constante de inundações, sem falar da sujidade porque, infelizmente, o barranco serve de depósito de lixos. Como comunidade participamos neste trabalho de sensibilização da população e de intervenção junto das autoridades municipais através do Comité local. No nosso país, com mais alimentação, com qualidade e higiene, poderíamos resolver mais de 50% dos problemas de saúde. Este trabalho é difícil porque, culturalmente, para a maior parte das pessoas, elas acham que não compreendemos a importância destes aspectos. Mas é necessário admirar a tenacidade e a fidelidade dos líderes do Comité, vale a pena de dar o nosso apoio.

Outro desafio, são os assassinatos nas nossas colónias e no país. Perdemos homens e mulheres, pais e mães de família. Não há família sem um parente nos EUA. Ainda este ano foram mais de 100.000 hondurenhos que partiram para os EUA em condições perigosas.

Nestas realidades, somos chamadas a ser “Missionárias do Amor de Deus-Caridade”. O encontro com as pessoas é encontro com Deus. No entanto, frente à falta de perspectivas de melhoria, por vezes resta-nos apenas gritar a Deus a nossa aflição e a reafirmar a nossa fé no seu Amor que salva, no seu Amor que não falta.

Auxiliadoras da Caridade

 

 
 
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